Ana Macedo, investigadora do Algarve Biomedical Center e docente da Faculdade de Medicina e Ciências Biomédicas da UAlg, acaba de ver financiado o projeto How to promote equity in health for LGBTQIA+ people? - Finding the gaps and training primary care health professionals, um projeto financiado pela Comissão Europeia que visa apoiar e dar reconhecimento a iniciativas de ciência cidadã na Europa.
Com um financiamento de 20.000€. atribuído aos kickstarting projects, no âmbito do tópico "Cities for life" este projeto tem como principal objetivo contribuir para a melhoria do estado de saúde e equidade das pessoas pertencentes a minorias sexuais e/ou de género (LGBTQIA+).
O projeto avalia os conhecimentos, práticas e perceção de discriminação por parte dos profissionais de saúde que trabalham nos cuidados de saúde primários na região do Algarve, relativamente às disparidades na saúde das pessoas LGBTQIA+.
Numa sua segunda fase, o projeto inclui ações de formação e sensibilização.
A discriminação contra pessoas pertencentes a minorias sexuais e de género está presente em vários fatores da sociedade, e embora a inclusão faça parte das políticas nacionais e europeias, estamos longe de alcançar uma verdadeira igualdade e inclusão.
A saúde é um dos domínios mais críticos, uma vez que os grupos minoritários têm um pior estado de saúde do que a população em geral. A razão é intersectorial, e vários fatores contribuem para este resultado. As pessoas LGBTQIA+ assumem que os profissionais não sabem como lidar com os seus problemas, que serão discriminadas e, por isso, evitam o contacto. Por outro lado, os profissionais carecem de conhecimentos específicos, têm dificuldades com a linguagem e comunicação. O resultado é uma maior carga de doenças e uma maior mortalidade.
Agir no sentido de compreender a lacuna e, ao mesmo tempo, sensibilizar e dar competências práticas aos profissionais de saúde para serem agentes de mudança social no que diz respeito à inclusão das pessoas LGBTQIA+, é um desafio que visa promover a saúde num sentido global e combater as desigualdades sociais e económicas, tornando o Algarve, Portugal e a Europa regiões mais resilientes e inclusivas.